A força da mulher na política! É assim que podemos definir o perfil da vereadora da cidade de Sete Lagoas, Heloísa Frois (Cidadania).
Mesmo em seu 1º mandato, Heloísa demonstra conhecimento, posicionamento, coragem e principalmente, o olhar da mulher sobre pautas polêmicas.
Quer conhecer essa liderança que surge em Sete Lagoas? Confira a entrevista na íntegra!
Leia também: Dupla é presa em Sete Lagoas com grande quantidade de drogas
Leia também: Confira a edição 28 do Vetor Norte Notícias impresso!
Quem é Heloísa Frois?
R: É vereadora em seu primeiro mandato na Câmara Municipal de Sete Lagoas-MG, e foi a mulher mais votada com 1.491 votos. É mãe de dois filhos, filha de pais educadores, ex-professora do ensino fundamental. É formada em Administração de Empresas, especializada em Gestão Estratégica de Negócios. É Superintendente Executiva da Associação Comercial e Industrial – ACI de Sete Lagoas desde 2007. É Agente de Desenvolvimento Regional de Sete Lagoas. É a Fundadora do Helenas – Núcleo da Mulher Empreendedora de Sete Lagoas. É Conselheira do Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato.
Foi Conselheira do COMPAC-Conselho do Patrimônio Público de Sete Lagoas, por 8 anos, Idealizadora do UAI- Grupo de Hotéis e Pousadas de Sete Lagoas e Região. Foi Microempresária do ramo alimentício no período de 1993 a 2000. Assistente local do Projeto de Economia Circular desenvolvido pela FIEMG. Diretora da Federaminas Mulher – Federação das Associações Comerciais de Minas Gerais; Foi Secretária do CNME-Conselho Nacional da Mulher Empresária, na Confederação das Associações Comerciais do Brasil, com sede em Brasília, nos anos 2019 a 2021; Agente de Negócios de Importação e Exportação de produtos mineiros na empresa Otimiza Brasil; Voluntária da FIEMG no Dia Do Voluntariado desde 2007; voluntária no Projeto Assistencial “Força do Bem” entre outras atribuições.
Como você descreve a experiência de transicionar entre a atuação como líder empresarial e Vereadora? Quais as mudanças você considera mais marcantes?
R: No exercício da minha função na ACI Sete Lagoas de desenvolvimento da região comecei a deparar com dificuldades e empecilhos para atrair novas empresas para Sete Lagoas, muitas vezes em face da guerra fiscal e infraestrutura de outras cidades. Esses obstáculos muitas vezes me fizeram buscar por interlocução e intermediação dos investidores junto ao Poder Executivo Municipal, sendo que as reivindicações apresentadas que em sua quase totalidade não eram atendidas. Com tratativas de novas empresas para nossa cidade, como ainda, por vivenciar os obstáculos, até mesmo tributários, que os empresários enfrentam em Sete Lagoas, resolvi me candidatar para tentar propor mudanças e ser a voz dos pequenos a grandes “comerciantes” que lutam para gerar empregos e se manterem firmes no mercado.
Foi a minha 1ª ação já no mandato de vereadora. É até engraçado relembrar! Ao chegar em meu primeiro dia no Gabinete, recebi uma ligação pedindo apoio dos comerciantes que estavam na porta da Prefeitura tentando a reabertura do comércio. Naquele momento em meio a pandemia o Prefeito publicou decreto fechando todo o comércio e a luta era tentar minimizar o impacto, manter todo o comércio como essencial.
Assim desde o primeiro dia de mandato venho apresentando proposições para apoiar aqueles que são geradores de emprego, e que fazem a economia local girar.
Das melhorias propostas cito algumas:
- Sou membro da Comissão de Revisão do Código Tributário da Câmara Municipal, da qual estamos nos reunindo mensalmente a fim de revisar as normas tributárias de nossa Cidade. Destaco aqui dentre diversas revisões, a tentativa de reduzir o ISS local, já que hoje é um dos mais altos da região fazendo com que Sete Lagoas tenha evasão de empresas para municípios vizinhos.
- Tive um anteprojeto de Lei n º 181/2021 aprovado que tem como objetivo incentivar o comércio local, onde os Setelagoanos sejam incentivados a comprar em nossa Cidade, já que a cada compra, ao constar seu CPF na nota fiscal local emitida, participará do programa “Nota Legal” e a cada final de ano lançará seus pontos para obter desconto no IPTU do ano seguinte em seu imóvel. (o APL encontra-se no poder executivo)
- Venho propondo audiências públicas ligadas a liberdade econômica, mobilidade urbana, planejamentos locais.
- Tenho um projeto chamado “ELAS por ELAS”, que a cada mês reúne mulheres em um determinado bairro da Cidade, levando gratuitamente palestra ou treinamento para que as mesmas criem sua autonomia financeira, incentivando e incrementando o empreendedorismo feminino.
Assim tento ser a voz dos empresários, de qualquer porte e segmento, junto a Câmara, uma vez que eles além de serem pessoas jurídicas geradores de emprego e renda, são pagadores de grande carga tributária e que merecem e precisam ser representados.
Quais os projetos que você está envolvida na Câmara que têm maior relevância para o setor que você representa?
R: Ser membro e relatora da Comissão de Revisão do Código Tributário da Cidade hoje é a minha mais relevante atuação, sendo que a partir dessa revisão conseguiremos estar alinhados com os demais municípios do nosso entorno que têm ganhado mais investimentos privados do que Sete Lagoas. Mas também estou sempre elencando demandas ligadas à infraestrutura educação, saúde, segurança, ESG, protagonismo feminino e etc.
Fui a única dentre os 452 candidatos à vereança que elencou projetos para todas as pastas do município. Como já dito, para mulheres estamos desenvolvendo o empreendedorismo com o programa ELAS por ELAS.
Na educação já tenho algumas proposições aprovadas, das quais venho reunindo com o poder executivo a fim de tentar convencer da necessidade de se implementar conteúdos na grade curricular municipal com vistas a diminuir a diferença entre o ensino privado e o público. Meus APL’s aprovados há mais de um ano, visam introduzir desde a educação básica as matérias Cidadania, Empreendedorismo, Informática, Inglês, Inovação e Educação Financeira.
Já na segurança propus e participei da implantação dos Conselhos Comunitários de Segurança em Sete Lagoas, junto à PMMG. Hoje graças a minha iniciativa, Sete Lagoas conta com os três primeiros Conseps. Nestes, a população se reúne, cria um CNPJ, forma sua diretoria, e se registra junto à PMMG local para que das observações quanto aos bairros de sua região, apresente as situações, melhorias, pleiteie benfeitorias, e junto aos órgãos de segurança, desenvolva projetos para segurança comunitária. Ainda na segurança, apresentei a proposição já em vigor que criou o Prêmio Alferes Tiradentes, que visa incentivar e trazer reconhecimento com a entrega de um prêmio destaque aos profissionais da segurança pública, como Guarda Municipal, Policia Civil, Policia Militar e Corpo de Bombeiros.
Para saúde, educação, assistência, segurança e desenvolvimento, além de diversos projetos de leis para melhorias em prol da nossa cidade, conquistei R$1.118.599,96 no ano de 2021. Sendo R$ 100.000,00 para custeio de ações de estruturação dos processos da atenção primária à saúde de Sete Lagoas, R$ 200.000,00 para custeio dos serviços de Assistência Hospitalar e Ambulatorial – MAC ao Hospital Nossa Senhora das Graças, além de R$459.299,96 para custeio de mobiliários, equipamentos e transporte público ao PROGRAMA DE FORTALECIMENTO DAS ESCOLAS MUNICIPAIS e R$359.300,00 para aquisição de um veículo, mobiliários e equipamentos a serem destinados diretamente a Escola Municipal Aurete Pontes Fonseca.
Você se considera uma vereadora elitista como muitos dizem ou o olhar social está presente no seu mandato? Como você exemplifica isso?
R: Possuo um olhar randômico sobre a nossa cidade. Enxergo possibilidades de geração de emprego, renda, desenvolvimento social ao unir os propósitos entre o comércio e a indústria com a população. Existem possibilidades inúmeras de projetos de responsabilidade social que os empresários podem desenvolver junto ao município, desonerando-o de desembolsar recursos do tesouro para atender a população.
Tenho um trânsito muito facilitado nas indústrias, pois atendo-as em várias demandas de interlocução junto ao poder municipal. Várias vezes estou em visitas ao chão de fábrica calçando botas e usando óculos de EPI, estou em reunião com RH´s e às vezes em reunião com as Diretorias. Estou sempre onde for demandada ou onde mesmo eu mesma abrir uma demanda. Sou extremamente bem recebida e atendida em todas as empresas que vou.
Ao ouvir e representar principalmente o comércio e indústria, alguns pensam que estou apenas por estes, mas minhas ações provam o contrário. Tenho diversos projetos e estes atendem a todos. Entretanto minha política não é de apenas doar e sim intermediar e dar ferramentas para que as pessoas consigam se desenvolver e ter dignidade própria.
E é assim que venho trabalhando: desenvolvo campanhas de conscientização, de treinamentos, de desenvolvimento. Tento trazer investimentos para organizações sérias que fazem trabalhos sociais, como APAE, Serpaf, Associações Culturais, etc.
Seria fácil eu levar uma cesta básica para uma mãe de família, com 5 filhos e virar as costas. Não consigo fazer isso. Não trabalho por votos. Trabalho para fazer meu papel junto ao desenvolvimento de todos, não adianta fazer por hoje. Tenho que fazer o hoje, mas trazendo ferramentas para que a pessoa consiga uma vida melhor no amanhã também. A melhor política social é emprego, renda e dignidade.
Um exemplo de social sempre presente em meu mandato são os valores que citei aqui para intermediar e melhorar os projetos assistenciais em 2021 e que esse ano, com novas intermediações de emendas parlamentares para diversas entidades sérias da Cidade somam R$ 2.191.025,09 milhões de reais.
Na semana passada por exemplo, me emocionei muito, por que através desta minha conquista o ônibus que conduzia os alunos e familiares das crianças especiais do APAE voltou a funcionar com nossa doação de R$ 200 mil reais, depois de mais de um ano sem funcionamento.
Isso é fazer o social para mim. É dar ferramentas para instituições sérias trabalharem e desenvolveram as políticas sociais às famílias que precisam.
Social na minha visão, é fazer o cadastro de famílias sem moradia, desempregados, sem o filho na escola e tentar intermediar junto ao poder público o seu direito à moradia, ensino e trabalho digno, todos os direitos prescritos na nossa Constituição Federal. É trazer a população em audiências públicas para lhe dar voz de reclamar sobre sua condição de vida em nossa cidade, como fiz junto aos moradores dos bairros Lagoa Grande II, Cidade de Deus, Bounganvile entre outros, há poucos meses.
Social ao meu ver, é fiscalizar e brigar incansavelmente quanto as melhorias nas escolas, postos de saúde e laboratórios sucateados de nossa cidade, além das delongadas filas de espera por atendimento clínico e médico hospitalar. Se muitos tacham isso de elitismo, convido-os a me acompanhar presencialmente no exercício da minha vereança durante alguns dias. Não posso mudar o pensamento das pessoas, mas posso entregar o melhor resultado das minhas ações a cada dia que passa.
A sua eleição foi uma surpresa para muitas pessoas em Sete Lagoas. Qual fator você considera fundamental para o êxito no pleito de 2020?
Acredito que a população estava e ainda está cansada da chamada velha política. Ninguém aguenta mais só pagar impostos e não ter retorno. Acredito também, que devo ter sido uma das únicas a explicar para a população o que são “recursos públicos”, que nada mais são, do que os impostos que TODA a população paga ao comprar e ou contratar um serviço, desde a compra de uma simples barra de sabão até um milheiro de tijolos, e por aí vai. Apresentar um plano de trabalho para cada pasta que acredito essencial. Em minha campanha desenvolvi e venho cumprindo as metas propostas para Saúde, Educação, Segurança, etc. Poucos fazem isso. Muitos prometem, e eu não sou assim. Eu planejo, traço e faço dentro das regras e obviamente, dentro da legalidade, o que posso e o que meu cargo me permite.
Você tem intenção de disputar a prefeitura de Sete Lagoas?
A cada encontro ou vídeo que posto nas redes sociais sempre alguém vem me dizer isso: “Heloísa você tem que ser a nossa próxima prefeita.” “Heloísa você precisa fazer mais por Sete Lagoas, você será a nossa próxima prefeita.” Confesso que fico muito feliz pela confiança em meu trabalho; é sinal que estou no caminho certo, mas também digo que ainda preciso planejar meus próximos passos. Nunca antes havia me visto como ente político. Entrei neste “mundo” porque não aguentava mais me omitir e queria contribuir com o que sei.
E também porque fui incentivada por um grande empresário de nossa cidade que o Covid infelizmente levou… Tenho a política como missão, sem qualquer inclinação para vaidade pessoal. Gostaria que Sete Lagoas voltasse ao protagonismo de ser uma das melhores cidades do interior de Minas Gerais, e no que depender de mim, trabalharei incansavelmente para isso. Agora é com calma, analisar, planejar e pensar com muito carinho em todas as possibilidades.
Quais as propostas você considera mais importantes a quem deseja suceder o Prefeito atual, já que ele não poderá concorrer novamente?
Acredito que o(a) novo(a) sucessor(a) precisa ser alguém que realmente entenda e implante gestão pública. Que traga inovação, planejamento e economia em suas atividades. Hoje o que muitos reclamam aqui é que as coisas são feitas sem planejamento, que a impressão que dá é que “vivem apagando incêndio” – fala da população que escuto diariamente.
Nossa cidade tem um potencial enorme, temos muitas indústrias valoradas aqui implantadas, uma população batalhadora e acolhedora, vários centros educacionais de excelência formadores de mão de obra técnica e superior, localização geográfica estratégica junto a uma das rodovias de maior fluxo logístico do Brasil. O que precisamos é de um(a) futuro(a) gestor(a) que perceba isto e que faça um planejamento estratégico de desenvolvimento ordenado e sustentável para o município, orientado pelo ESG. Que aprofunde no Plano Diretor e trace caminhos de trabalho, com profissionais técnicos para cada pasta otimize os resultados das secretarias com racionalização dos gastos públicos.
Estamos todos cansados da mesmice e de pedir ao Poder Executivo o que é de sua obrigação primaz: manter a cidade limpa sem mato, manter as ruas em condições normais de trafegabilidade, reduzir as longas esperas nas filas do sistema de saúde, reformar e melhorar as instalações das escolas municipais, informatizar os serviços e os disponibilizá-los via aplicativos.
A era da politicagem já passou, precisamos de gestão pública de verdade! Espero que nas próximas eleições, saibamos usar do nosso voto para ratificar as mudanças que tanto queremos para nossa querida Sete Lagoas!
