Integrante do comitê de enfrentamento à covid-19 da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), o infectologista Estevão Urbano destacou que a reabertura da capital mineira segue parâmetros “estritamente científicos”. O pronunciamento foi dado durante a coletiva realizada na manhã desta quinta-feira, na sede de Executivo municipal, quando foi anunciada a reabertura de academias e a ampliação do horário de funcionamento de bares e restaurantes.
“Essa flexibilização tem seguido uma coerência e só foi possível nesses moldes porque os números caíram. Quase todos estão no verde. Foi por uma questão cientifica. A abertura segue parâmetros estritamente científicos. Há total coerência cientifica para que essa flexibilização esteja acontecendo de forma gradual e responsável”, disse.
Apesar disso, o infectologista alerta para “falsa sensação de segurança” com a queda dos num números. “Isso é muito bom, mas continuamos com números, seja de novos casos ou de internados, ainda num nível preocupante. Gostaria de lembrar a todos que o número dá uma visão do coletivo, mas não do individual. Podemos ter hospitais vazios, um R0 diminuindo, mas você pode ser o próximo infectado, o próximo a ir ao hospital, infelizmente, o próximo a morrer. Não vamos confundir a situação coletiva, que está melhorando, com o risco individual”, alerta.
Para monitorar a situação da covid-19, a PBH avalia indicadores como índice de transmissão, chamado de R0, as taxas de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de enfermaria, solicitações para internação, além de casos e mortes registradas.
Estevão Urbano alerta, ainda, para possível risco de segunda onda. “Estamos notando em alguns estados que não souberam flexibilizar de forma responsável. Não podemos descartar a possibilidade de piora coletiva em Belo Horizonte. É muito importante que toda flexibilização seja acompanhada”, completa.