Olá amigos e amigas. A partir da edição 10 do Vetor Norte Notícias impresso, traremos também para o portal o conteúdo desenvolvido por nossos colunistas. E na estreia, apresentamos a coluna da Bióloga e Mestre em Ecologia Aplicada, Lorenna Cruz.
Ela já faz parte da família Vetor Norte há 7 edições. E já que estão pensando sem somos parentes, sim, ela é minha prima e dona de uma inteligência notável e uma sensibilidade incrível.
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O tema da sua coluna é “Papo de Jacaré”. Seja na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, ou na Lagoa Central, em Lagoa Santa, esses moradores ilustres direto dão o que falar.
Confira a coluna da nossa parceira Lorenna Cruz e descubra alguns mitos e verdades sobre os jacarés.
Papo de Jacaré
Imagine uma cena na qual você está andando tranquilamente nos arredores de uma lagoa ou de um rio na sua cidade e de repente “Minha nossa, um jacaré!”
Poderia ser uma cena de um filme de ficção qualquer, mas é real para muitos de nós, mesmo vivendo em ambientes urbanos.
Como já comentamos em outra coluna, o desenvolvimento de cidades geralmente ocorre no entorno de corpos d’água e o crescimento dos sistemas urbanos gera pressão nesses ecossistemas e em todos os seres vivos que vivem nele.
Mas mesmo com os desafios gerados pela urbanização como a poluição, a fragmentação do ambiente natural e a competição com espécies exóticas, algumas espécies conseguem se adaptar ao ambiente hostil. É o caso dos jacarés.
Muitos dos jacarés encontrados nos centros urbanos do sudeste brasileiro são da espécie jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris). É essa a espécie encontrada na Lagoa central de Lagoa Santa, na lagoa da Pampulha em Belo Horizonte e no sistema lacustre de Jacarepaguá no Rio de Janeiro.
Esses reptilianos medem, em média, 2 metros de comprimento e possuem um ciclo de vida longo que pode ultrapassar os 70 anos de idade.
A coloração dos animais varia entre verde e marrom escuro, sua alimentação consiste de peixes, mamíferos, crustáceos, moluscos, aves e répteis de pequeno e médio porte.
São animais semiaquáticos e nos ambientes urbanos, acabam por usar as orlas e ruas nos arredores das lagoas, rios e lagos para termorregulação, para se locomoverem de um corpo d’água para outro ou até mesmo para construção de ninhos.
São nessas “saidinhas” que geralmente acontecem o encontro entre jacaré e seres humanos nas cidades. Algumas pessoas convivem bem com eles, outros não gostam nem de pensar na presença do animal por perto.
Apesar de ataques de jacarés-de-papo-amarelo não serem comuns, não significa que são improváveis, por isso evitar a aproximação é fundamental.
Isso implica em não alimentar, não atacar ou acuar o animal. Assim como em ambientes conservados os animais precisam ser respeitados e admirados apenas de longe.
Caso encontre com algum pelas ruas, chame os órgãos responsáveis da sua cidade para resgatá-lo, podem ser bombeiros, policia ambiental ou algum projeto que trabalhe com o resgate desses animais.
E não custa lembrar que caçar, matar ou maltratar um animal silvestre é crime.
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