O maior relatório sobre mudanças do clima já produzido trouxe alerta vermelho em relação ao aquecimento do planeta.
O relatório, publicado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), apresenta um fato: é inegável a responsabilidade do homem no aumento expressivo da temperatura do planeta, que está, em média, mais alta em relação ao período pré-industrial.
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As atividades humanas já correspondem ao aumento de 1,07°C e no cenário mais otimista, será responsável por 1,5°C de aquecimento nas próximas duas décadas.
Sim, o cenário é apocalíptico e não requer esforços para imaginar o futuro, pois já o sentimos agora através dos extremos, como ondas de calor, chuvas intensas e secas que estão cada vez mais frequentes e prolongadas.
Nos últimos dias acompanhamos dramas climáticos vivenciados no mundo inteiro. Chuvas que provocaram o maior desastre natural da história da Alemanha, incêndios na parte oeste dos Estados Unidos, baixas de temperatura no Brasil – quem diria lá nos anos 90 que no Brasil poderia nevar? – sem falar na seca que preocupa os brasileiros.
A estação seca na Amazônia está ficando cerca de 3-4 semanas mais longas. Parece pouco, mas o aumento desse intervalo pode levar a mudanças irreversíveis no bioma.
Se o problema está na mão do homem, a solução também está. Muito antes de ser um alerta de atenção, o relatório trouxe um alerta para a necessidade de ação.
Trazendo para a realidade brasileira, podemos considerar que o Brasil é um dos países com maior facilidade de diminuir ou até mesmo zerar as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento até 2050.
Como assim? Cerca de 50% das emissões brasileiras são provenientes do desmatamento da Amazônia, sendo que mais de 90% é desmatamento ilegal. Combater o desmatamento significa diminuir a contribuição do país no cenário global.
Além disso, políticas mais sustentáveis da agropecuária são essenciais, já que cerca de 30% das emissões estão relacionadas diretamente a esse setor.
Por fim, temos um potencial gigante para a diversificação da matriz energética com a implementação de fontes de energias renováveis, como a solar e eólica. Precisamos desligar as termoelétricas e deixar o petróleo enterrado no pré-sal. Sim é isso mesmo!
Como tenho dito por aqui, soluções ambientais estão diretamente ligadas a ações políticas, econômicas e sociais. Mudar os paradigmas de produção e consumo precisa ser uma meta.
Para mim, o relatório deixou bem claro que negar não faz parte da solução, temos é que encarar os fatos!
Por Lorenna Cruz