Um menino autista, de 4 anos de idade, teve um dos dedos da mão amputado após sofrer acidente com um climatizador dentro de uma sala de aula de uma escola municipal em Lagoa Santa, Região Metropolitana de Belo Horizonte. A mãe do garoto denuncia que, mesmo com laudo médico que recomendava cuidados específicos, a escola não havia disponibilizado um monitor para acompanhar o filho.
O acidente foi registrado na Escola Municipal Dona Aramita no dia 30 de outubro. Roberta Pereira da Silva, mãe do menino, relatou que o filho estava na sala de aula com pelo menos outras 15 crianças quando prendeu o dedo no climatizador. O aparelho estaria sem grade de proteção.
A professora responsável disse que estava sozinha com os alunos e que a assistente de sala, que poderia auxiliar no monitoramento das crianças, não estava presente quando tudo ocorreu.
Após o incidente, o menino foi levado à Santa Casa de Lagoa Santa, onde os médicos realizaram uma cirurgia de quatro horas. Durante o procedimento, foi necessária a amputação do dedo mindinho e parte da mão; o tendão do dedo anelar também precisou ser reconstruído.
“Para a gente foi um choque, é uma coisa surreal. A gente entrega o filho da gente perfeito na escola e isso acontece. A ficha da gente vai caindo aos poucos, a gente ainda não está preparado para ver como ficou a mãozinha dele. Para a gente que é pai, dói muito”, lamenta Roberta.
A família registrou um boletim de ocorrência e a Secretaria Municipal de Educação foi notificada. Conforme o relato da mãe, profissionais da prefeitura estiveram na escola no dia seguinte ao acidente para realizar os levantamentos iniciais, mas não prestaram assistência à família.
“Não me deram retorno de nada e sumiram. Ninguém mais entrou em contato comigo. As únicas pessoas que apareceram foram a professora e a assistente de sala que mandaram mensagem, e vieram visitar o meu filho”.
Roberta enfatiza ainda que o filho deve precisar de fisioterapia especializada para as mãos, um serviço disponível apenas em Belo Horizonte. “A gente olhou e a profissional só atende particular. Vamos precisar fazer viagem e ainda pagar a consulta. Quem vai custear isso?”, questiona.
A Polícia Civil de Minas Gerais informa que instaurou um procedimento investigativo para apurar o fato e que, tão logo seja possível, outras informações poderão ser divulgadas.
O Vetor Norte Notícias entrou em contato com a Prefeitura de Lagoa Santa e não teve retorno.
Fonte: BHAZ.